Santidade: O amor a Jesus Cristo.




O ser humano necessita de Deus. O homem, em sua essência, em sua natureza, é capaz de alcança-lo e por isso o busca, tantas vezes sem saber. Quantos artistas que tantas vezes, retratando seus sentidos em diversas expressões, falam do transcendental acidentalmente!

Nesta ânsia nos deparamos com uma realidade genérica: a busca pela santidade. Mas, afinal, o que é ser santo? Do que se trata? Pois bem, na vivência cristã somos interpelados por questões, muitas vezes em forma de cobrança, a cerca desta temática.

Ser santo é seguir aquilo que está nas Escrituras. Ser santo é obedecer aos Mandamentos da Lei de Deus. Ser santo é perseverar na doutrina da fé católica e manter uma comunhão com a mesma. Ser santo é professar a fé da Igreja em Deus-Pai pelo Filho, Jesus Cristo, no Espírito Santo. Muitas são as definições, graças a Deus, porém uma primordial é esquecida: ser santo é, antes de tudo, viver tudo isto como um estado de vida.

Não bebo água por prazer, mas porque tenho sede. Não me alimento para cumprir um ritual, mas porque sinto fome. Não me asseio por uma vaidade, mas porque minha biologia necessita. Nesta dinâmica encontramos o motivo, a razão e, consequentemente, a resposta da busca pelo divino. Quero ser santo porque amo os preceitos que Deus me inspirou a seguir e os faço como parte de minha vida, de meu ser. Eles completam aquilo que sou, emprestam sentido a minha vida, dignificam meu viver e, acima de tudo, me capacitam a ser melhor. Como nos diz Santo Afonso de Ligório “ser santo é amar a Jesus Cristo”.

Permeando estas vias, corre-se o risco de confundir santidade com alienação. Em meio as disparidades do mundo é preciso posição, opinião formada e identidade clara. Encontramos o fundamento para tal defesa de maneira explícita no livro do Apocalipse. “Conheço tua conduta, tua fadiga e tua perseverança: sei que não podes suportar os malvados: pusestes a prova os que se diziam apóstolos e os descobristes mentirosos. És perseverante, pois sofrestes por causa de meu nome, mas não esmoreceste. Devo reprovar-te, contudo, por teres abandonado o teu primeiro amor. Recorda-te, pois de onde caíste, converte-te e retoma a conduta de outrora. Do contrário, virei a ti e, caso não te convertas, removerei teu candelabro de sua posição.” (cf. Ap 2, 2-5) Nesta passagem, São João escreve ao bispo de Éfeso, a quem se refere como o “Anjo da Igreja de Éfeso”, repreendendo-o por seu legalismo. Este pastoreava bem, perseverava, era fiel (até rezava!), mas havia esquecido a inspiração e o motivo para tudo aquilo. Havia esquecido de Cristo.

Portanto, o cristão verdadeiro deve se conhecer, aprender a driblar seus percalços, a lutar, a sofrer, a amar e, principalmente, defender sua verdade enxergando sempre a Cristo, tendo-o ao alcance dos olhos. O mesmo defende São Paulo na segunda carta aos Coríntios: “esses tais são falsos apóstolos, operários enganadores, disfarçados de apóstolos de Cristo. Por conseguinte, não é surpreendente que seus ministros se disfarcem de servidores da justiça.” (cf II Cor 11, 13.15)

A santidade não pode nos alienar, fazer esquecer quem somos, de “onde caímos” e, sobretudo, para onde vamos. Com Jesus o homem é cada vez mais homem. Homem de verdade, íntegro, puro, renovado. Esta vida nova reside na verdade! Qual a nossa verdade? A partir daqui encontraremos o rumo da perfeição, pois o homem em sua natureza é o pior inimigo deste processo.

Tenhamos coragem de seguir em frente, desconsiderando aquilo que não agrega a este movimento, pois “pior do que carregar a cruz nos ombros é arrasta-la”, adverte Santa Teresa de Jesus. Que Deus nos conceda sempre sua graça e a perseverança de palmilhar seus desejos.

Seminarista Ricardo Antônio Dantas

XXIII CCC


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